quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Não aguentei

Já nada andava bem na minha vida... já não havia paciência para nada... nada mesmo. Só compreendi isso no dia em que a minha mana me fez uma lista escrita dos sintomas e me disse que me tinha marcado consulta com a medica de família. Daí saíram umas analises de sangue completamente lixadas. Depois segui-se para medicina interna e começaram os exames a tudo e mais alguma coisa e não se acha a causa de nada.
Em simultâneo surge aquele tão desejado emprego que acabou de me dar cabo da cabeça. Pensando que seria a minha salvação a nível emocional e no fim... o trabalho não é mau mas o tratamento pessoal é abaixo de cão.
O mês passado o homem deu-me uma indicação de trabalho e eu desmaiei. 12 dias de baixa, antidepressivos e ancioliticos. Mais 30 dias de baixa e aumento das doses.
Passo os dias em casa de pijama e roupão, não conduzo e faço tudo em câmara lenta.
Já estive melhor, ao entardecer sinto-me mais impaciente.
Quando acabarem os 30 dias de baixa tem 7 de férias e 6 de trabalho. Depois o contrato acaba. Tenho medo desses dias que faltam. Não consigo ouvir o programa de rádio que ouvíamos lá nem vestir a roupa que usava lá.
Tenho medo.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Foi até cair... literalmente

Estou de baixa e debaixo de antidepressivos.
Avariei das ideias ao ponto de desmaiar a trabalhar quando fisicamente já andava bem mais forte com os medicamentos que iniciei e já se notam os efeitos.
Agora sinto que não sou eu, tenho sono e bocejo, ando devagar... e estou com uma paranóia útil: despejar os armários e arrumar. Não consigo estar parada sem fazer nada mas faço tudo com muita calma. E não é assim por eu querer.
Lamento que isto não tenho acontecido mais perto do final do contrato, assim talvez ele não o renovasse. É que se saio por iniciativa própria perco o subsidio de desemprego. Esse que eu deliberadamente e feliz o interrompi para ir trabalhar. Enfim...

terça-feira, 10 de setembro de 2013

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios.
Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."

Charles Chaplin

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A pouco tempo do final deste segundo contrato, o que mais queria era que não houvesse terceiro, ali com aquela mula em forma de pessoa que se autoentitula de patrão que tem sempre razão.
A minha única colega sobrevive ali à quase uma década a toque de xanax.
A minha saúde física anda a querer trair-me. O parvalhão faz um drama estúpido de gritaria porque fica prejudicado cada vez que preciso ir a uma consulta.
Diz coisas do género "não merecem a água que bebem" e "não têm olhos na cara". De vez em quando empino-me verbalmente com ele. Não estou disposta a tolerar. Eu não falo assim para ninguém e também mereço que me respeitem com eu respeito os outros. E respeito não é apenas não mandar ninguém para o alho ou similares nem apenas não andar a perseguir com segundas intenções.
Respeito também é tratar as pessoas como pessoas.
Estou aborrecida... e triste.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Amanhã ao final do dia...

... ficaria de novo oficialmente desempregada. Termina o contrato mas... tenho outro por mais outros 3 meses. É o pior que já tive em termos de entidade patronal. É tão difícil trabalhar com pessoas assim.
Mas como tudo na vida nos ensina algo... eu posso dizer que conviver com alguém assim me está a tornar uma pessoa mais tolerante com os outros e a ensinar a apreciar melhor a parte boa das outras pessoas.
Arre! Que nunca tinha conhecido uma besta assim.
Mas paga... paga um salário quase esquelético mas não falha com o combinado. E no fundo isso é o que mais interessa.
Também a nossa convivência resume-se a algumas horas por dia... pobre daquela alma que é obrigada a conviver consigo própria 24 sobre 24 horas por todos os dias da sua vida.

sábado, 25 de maio de 2013

Mais um...



Hoje é o último dia que tenho esta idade.
Olho meu rosto no espelho retrovisor… desapareceu o brilho natural de tempos atrás, os olhos enchem-se de água salgada e agora sou feia quando choro. Tempos houve em que as lágrimas escorriam com beleza.
“Estás contente, não é mamã? Amanhã fazes anos!” “Sim, filho. Estou contente.”
Mas não é bem verdade. As mais de 3 décadas que temos de diferença, dá-nos uma dimensão saudavelmente diferente do “fazer anos”.

Estou a precisamente um mês do final do contrato. É um trabalho de cáca mas… É bom ter trabalho. Eu fui primeira “x” durante 20 anos. Depois passei a estagiária e agora sou ajudante. É o que se chama carreira descendente. Mas até para descer é preciso luta.
Haja saúde e sol a brilhar, o resto a gente leva.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

2ª Semana



Assinei hoje o contrato de trabalho. Três meses… três meses a fazer por vezes 12 horas com meia de almoço mas… feliz por estar a trabalhar.
Um dia por semana lido com algo que não gosto. Mete-me nojo e faz-me impressão. Não é porcaria porque depois de confeccionado come-se e é bom, mas no seu estado “natural”… nunca gramei.
A semana passada, assumi nesse dia uma atitude quase autómata e assim consegui. Cheguei a casa, tomei um valente banho sem me preocupar com gastos de água ou gás, mas mesmo assim ainda me pairavam imagens na cabeça.
Esta semana já não foi tão difícil. Tenho ainda a cabeça enrolada na toalha e mais uma vez não pensei na água ou no gás. As imagens está cá novamente mas com menos intensidade. Vou habituar-me, claro que vou.
Estou contentinha.

terça-feira, 26 de março de 2013

Não está a ser fácil.
Das 7 da manhã ás 7 da tarde, em pé e a circular de um lado para o outro.
O corpito não está habituado e chega ao fim do dia mais moído que uma salada.
No decorrer do serviço até se grama bem, mas depois de parar e "arrefecer"...

sexta-feira, 22 de março de 2013

Consegui!!

Olhem só a quantidade de nozes com três e quatro quinas que tenho vindo a juntar!!
E não estão aqui todas!
Hoje consegui uma entrevista para o próprio dia e saí de lá com emprego. Com emprego não, com trabalho... e até é um trabalho que... cada vez desço mais na categoria mas... estou feliz.
Começo Segunda-feira.
Vamos ver como corre. São só 3 meses.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Alento que chega por mail

Se passar por aqui alguém, a quem como eu o estado de desemprego esteja a deitar abaixo o seu próprio valor, e com isso falte paciência para tudo e para todos...
Recebi por mail... correram algumas lágrimas... e hoje fui mais feliz.








domingo, 3 de março de 2013

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Será que deveria sentir-me orgulhosa?

Afinal faço parte integrante de um novo record dos últimos tempos!
O record do desemprego!!
Pourra que me dá uma coisa má!

Estou a ficar barrigola... não sei se é do mini comprimido anti-depressivo que engulo todos os dias ao pequeno-almoço ou se será dos quilos de pão que como com nozes.
Só me faltava mais isto... ter banhas e não poder fazer torresmos. Chiça penico!!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Uma em vinte e duas e meia

Valeria a pena ir fazer a prova prática?
Considerando o numero de candidatos e os que irão ser admitidos, vão escolher uma pessoa em cada vinte e duas e meia.
E ainda por cima são daqueles concursos engana-parvos em que já se sabe de antemão quem irá ficar.
Mas fui. Fui e gostei. Foi uma horazita que passei com alegria e boa disposição.
Não tenho esperança mas adorava poder ter.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

1 ano

Faz hoje um ano que levei os meninos à escola e voltei para casa sem rumo nem alento.
Tinha terminado uma fase de 20 anos da minha vida. Sentia-me sem chão e como que pairando sem nexo nem sentido... uma sensação de vazio e inutilidade.
Mas tinha ainda a ilusão que me permitiu fazer as contas do que tinha (e tenho) por receber (é uma pequena fortuna mesmo não contando indemnização).
Passado um ano essa ilusão que mais tarde passou para indiferença, está agora a transformar-se em mágoa e revolta... e ainda com palavras simpáticas me incutem a esperança de que a empresa vai voltar a ser o que era e voltaremos a integrar a equipa completa.
Talvez devesse ter agido e exigido logo na altura... mas ainda hoje não sinto "espírito" para isso... 20 anos de convivência diária acabam por criar laços afectivos também.
Hoje estou triste... sinto-me parva e idiota... como a vida que corre e me passa por entre os dedos da mão aberta. Não tenho força para a fechar.