sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

As nozes...

... continuam a ser o meu vício, cada vez com mais força.
Desde Janeiro que comecei assim e cada vez mais. Gasto mais em nozes que em electricidade.
Da outra vez que estive sem trabalho apareciam tantas de 3 quinas... e eu guardava-as todas.
Agora não aparece nem uma... a sorte anda mesmo longe.
Ontem acabou o meu stock. Deitei mãos ao bolso e comi duas de três quinas já antigas... tinham passado já tantos momentos comigo...
Estou a ficar... "atrapalhada" da paciência.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A vida que nunca quis...

...estou agora a viver.
Filhos na escola, até aí tudo bem.
Mas depois do almoço, o gajo (e este é o termo mais suave que me apetece chamar-lhe neste momento), sai e pronto.
E eu aqui fiquei, sozinha e com frio de permanente vigilância ao tempo porque a roupa que está estendida não se pode molhar mais, tal e qual o trapo de lavar o chão que se atira para o canto até à próxima lavagem.
Raios partam a vida doméstica! Muito respeito e admiro quem a tem e dela se orgulha... mas eu abomino.
Abomino com toda a minha alma.
Não fui talhada para isto, sinto-me lixo e a deprimência em pessoa.
Apetece-me fazer algo útil e valorizado. Valorizado por outros, mas valorizado essencialmente por mim.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

15 dias (pela 2ª vez)

Hoje é o décimo-quinto dia... já houve outro décimo-quinto.
Desta vez estou com outro espírito. Não fui, ou ainda não fui, tão abaixo.
Agora sei que sou capaz de entrar em algo diferente daquilo que fiz durante metade da minha vida. Agora sei que não é impossível. Agora sei que posso conseguir.
Não estou feliz. Continuo a comer (ainda mais afincadamente), pão com nozes. Mas ainda não chorei desesperada no portal da porta.
Talvez amanhã... talvez amanhã caia por terra a minha esperança.
Amanhã quando me voltar a ver numa apresentação quinzenal.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Como se fora um sonho

Voltei ao Centro de Emprego.
Voltei para me reinscrever e requerer novamente o subsidio de desemprego.
Estou a tentar ser novamente uma papa-impostos de quem ainda trabalha.
Esperar no mesmo sítio, sentar-me na mesma cadeira, ser atendida na mesma secretária... fez-me sentir com se nunca tivesse acabado. Como se aqueles seis meses de trabalho não fossem senão um mero sonho. Como se não tivessem sido reais e como se na verdade não tivessem havido seis meses de interrupção.

Sempre pensei que desta vez iria ficar em casa com um ânimo diferente e mais positivo mas... começo a sentir o positivismo a escorrer pelo cano.
Mas vou tentar lutar para ver as coisas pelo lado melhor. Se já consegui sair disto uma vez... porque não hei-de conseguir outra?

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Dia Zero

Hoje teria sido o meu primeiro dia em casa.
Depois de me terem dito que o último de de contrato seria para gozar o dia de férias que faltava, transmitiram-me quando me apresentei para acertar contas, que me pagariam o dia e que estavam a contar com o meu trabalho.
E assim foi... hoje o último dia.
Rolaram alguma lágrimas pelo meu rosto no inicio da última viagem de regresso.
Amanhã estarei oficialmente desempregada... outra vez.
Novamente o título disto volta a fazer sentido.

domingo, 11 de novembro de 2012

Falta um dia... Será amanhã.
Parece incrível mas estou ansiosa para que passe.
Preocupa-me o facto de me estar a apetecer ficar em casa a arrumar as minhas coisinhas.
Ir-me-ei tornar numa daquelas aves não raras que apreciam totalmente estar em casa a receber rendimentos do estado? 
Irei eu sentir-me feliz e regalada a viver à conta daqueles que ainda trabalham por vezes quase explorados? Irei eu transformar-me num daqueles seres que tanto abonei quando estava no meu trabalho antigo e os via a viver de graça e a comprarem-me artigos considerados não essenciais?
Estou quase a abominar-me a mim própria.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O dia "três" já passou

Esta está a ser a semana mais longa dos últimos 6 meses.
A fazer algo em que não se é bom e com as malas aviadas para partir, é desagradável  levantar ás 04:50H da madrugada para ir trabalhar. Com a ambição cortada e o entusiasmo nulo a única vontade é que passe depressa e acabe de uma vez.
E assim chegou hoje, o terceiro dia a contar do fim, o antepenúltimo...
Agora faltam apenas dois.
Mas neste terceiro fui chamada de volta para o meu lugar antigo. Até me esqueci que estou de saída e voltei a ser feliz com a minha peça... aquela cuja realização havia terminado.
Mas um novo projecto da mesma foi aceite, a partir de umas amostras que eu fui chamada a fazer já depois de estar no outro lado.
Estou de novo entusiasmada, agora gostava que faltasse mais tempo. O que arranjaram com esta porcaria de atitude (chamarem-me de volta), é que vou embora com pena. Sim, com pena... ali eu era feliz.
Tantas vezes que eu pensei que gostaria de terminar os meus dias na empresa com a minha antiga peça.
E é o que vai acontecer. Estou tão contente!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Há uma semana que trabalhava quase na minha frente e de costas para mim, mas nunca conversei com a rapariga.
Vestia a farda de profissional, o que quer dizer que já lá estava à bastante tempo.
As suas faces andavam sempre com um ligeiro tom avermelhado, reflexo do andar atarefado que sempre tinha.
Saber logo pela manhã que hoje já não foi porque saiu da empresa sem ser por iniciativa própria… deixou-me a sentir culpada pelo sentimento de ontem.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

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Quando a desgraça dos outros nos faz sentir melhor e não nos sentimos culpados por isso… é grave. Hoje fiquei a saber que pessoas á mais tempo no serviço estão a ter o mesmo destino que eu. Sei que não é digno mas sinto-me mais confortada. Sei que não é bonito mas não consigo deixar de o sentir.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Outra vez no fundo.



E esta vida é mesmo um ciclo… desta vez um ciclo mais curto, de 6 meses apenas. De novo tudo volta ao início.
Sinto-me sem chão… assim como quando se acaba de perder um namorado de quem se gosta.
Questiona-se a veracidade ou se não será alucinação, buscam-se razões…
Neste momento até me esqueço que não é o trabalho dos meus sonhos, até me esqueço que não queria o vínculo que a renovação do contrato me iria dar, até me esqueço que este horário deteriora a vida dos meus filhos, até me esqueço que o preço do combustível faz com que trabalhar me dê prejuízo.
Vão ser os 15 dias mais difíceis. Vergonha… tenho vergonha de olhar para as colegas e saber que elas sabem. E o pior de tudo é mesmo o encarar as pessoas, porque força para voltar a procurar outra coisa… eu tenho. Estou triste e sinto-me lixo.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Quase no fim do contrato

Alguns "distúrbios a nível pessoal" que me atacavam de vez em quando, mais antigos ainda que o desemprego, levaram-me finalmente a consultar o médico.
Depressão - vi-o escrever mas nada disse e para ser sincera não estou preocupada com isso.
Nessa altura o que de melhor me corria na vida era o trabalho... agora nem isso. Mudei de função e... com o contrato a acabar não me parece um bom augúrio.
Ando na dúvida... não sei se desejo continuar ou parar. Hoje quando o despertador tocou, ainda antes do sol se levantar, eu chorei. Tal como a criança que não quer ir para a escola... mas mais discretamente, só para mim.
Continuar por mais um tempo será quase como fidelizar-me a algo que não quero, será perder mesmo o anterior estatuto. Mas será altura de pensar em estatutos? Será melhor um recomeçar de novo do envio de currículos seguidos de decepções atrás umas das outras?
Antecipar a decisão deles com um arrumar as botas da minha parte... será uma real estupidez nos dias de hoje?

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Último dia de férias

Amanhã é fim de semana... hoje é o último dia oficial.
Nestas duas semanas fiz as pazes com a casa. Não fiz tudo o que tinha pensado porque achei que a vida não acaba com as férias e também merecia fazer algo mais além de arrumações.
Estou feliz com o que consegui fazer.
Estou feliz com a ideia de voltar ao trabalho.
Estou feliz porque o meu menino chega hoje do ACANAC e estou com saudades.
Vou fazer um puré de feijão verde do quintal (que ele não deve ter comido sopinha a semana toda), e a mana vai-lhe fazer mousse de chocolate.
Se não houvessem "mas"... hoje seria um dia perfeito... mas há sempre algo mau no meio do bom.
O ideal será quando tudo é mau, conseguir encontrar algo de bom lá no meio.
Se todos os dias se pudesse ser um pouquinho feliz...

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Estar em casa...

...mas agora com outro sabor, é bom.
Estou de férias com o subsidio de férias pago, coisa que não me acontecia à mais de 10 anos. Tenho férias atrasadas há tanto tempo que se não tivesse escrito já nem me lembrava. E recebimentos também... coisas que acredito que jamais verei.

A minha casa era o reflexo da falta de tempo. Depois, nos quatro meses e picos que estive desempregada pensei que organizaria tudo. Mas, por incrível que pareça, a falta de alento e a situação de um desamor total à casa, ao invés de organizar... apenas piorou.
Mas agora  nestas duas semaninhas, em que não vou para lado nenhum, estou a gostar tanto mas tanto da minha casinha que vou pôr mãos à obra e transformar isto tudo.

Estou feliz, por estar em casa!!

sábado, 30 de junho de 2012

O salário

Recebi ontem o primeiro mês completo.
Salariozinho estupidamente magro mas fez-me tão feliz.
No emprego anterior em que era eu quem fazia os salários (e eu meu embora não fosse obeso era mais gordinho que o de agora), nunca me deu prazer receber... mas agora foi tão diferente.
Tem um sabor entusiasmante... ao contrário do sabor deslavado do subsidio de desemprego.
Devo estar a ficar maluca... eu.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

20 dias se passaram desde aquele em que senti o que escrevi da última vez... não parecia que tenham sido tantos.
Estou a entrar no ritmo. A parte boa deste tipo de trabalho, é que como temos objectivos a conseguir, não se deseja que o tempo passe mais depressa. E assim o relógio anda rápido, os dias passam depressa... mas as semanas são longas.
Estou feliz. Enquanto as minhas colegas dizem mal à vida com a dureza do trabalho, eu penso para comigo que foi a minha escolha. Foi o que eu troquei pela agonia de me sentir desempregada.
Não tenho um emprego (isso eu tive durante os últimos 20 anos e nem o percebia). Agora eu tenho trabalho.
Penso no quanto me irritavam aquelas meninas que me ligavam para casa oferecendo um cartão de crédito para pessoas do 18 aos 70 anos  e profissionalmente activas. Eu dizia que não preenchia os requisitos e logo me perguntavam: "Tem mais de 70 anos?"
Agora não estou em casa para atender o telefone nem quero outro cartão de crédito mas... estou profissionalmente activa. E gosto!

terça-feira, 12 de junho de 2012

30 dias

Já passaram os 30 dias de experiência. Faz hoje.
Sempre acreditei que ia ficar... não entrei com outra intenção a não ser essa, mas hoje foi a confirmação.
Um mês já passou. Faltam agora mais cinco em que certamente nem todos os dias serão felizes.
Em sítios com muita gente e onde se trabalha com controle de produção, as pessoas são por vezes duras e insensíveis (azar o delas, se fossem menos cruéis seriam certamente mais felizes). Mas também há gente querida e engraçada. O balanço é positivo, estou a gostar.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Preciso falar...
mas os pensamentos andam num turbilhão que roda , as palavras não se formam e as ideias não espelham os sentimentos.
Trabalhar com máquinas é uma relação de injustiça.
Elas não sentem e não assumem erros... não os cometem sequer.
Se elas não fazem somos nós que não conseguimos. É uma relação a dois em que só um pode ser culpado.
Ainda que as coisas não estejam mal para o que é pretendido, não há pior sentimento que o que se tem quando não chegamos onde queríamos.
Três foi o número que me fez dormir mal e sonhar sonhos maus, que me mói o juízo durante todo este dia. O número que me faltou para estar feliz.
Amanhã vou começar o dia com 3 "pontos" negativos... cheguei a começar alguns com 60 e 70 positivos.
Conseguirei amanhã recuperar os 3 e voltar a adiantar alguns?

domingo, 3 de junho de 2012

Três semanas

Esta semana deixei a aprendizagem e comecei na parte séria.
Metade das colegas que entraram comigo... já saíram.
Eu estou a aguentar-me bem mas tenho perfeita noção que cada vez vai apertar mais.
É curioso que me levanto bem ás 5 da manhã, mas ao fim de semana quando me levanto mais tarde pareço uma velhota cheia de dores.
Não tenho tempo para nada mas sinto-me feliz por ter conseguido alguma coisa em 4 meses. Não é da minha área mas não me importo.
Antes eu era farinha super-fina para bolos... agora sou farinha grossa para pão.
Mas não é pelo pão que se reza? "O pão nosso de cada dia nos dai hoje..."
Eu não me envergonho. Vergonha é roubar e ser apanhado.

sábado, 19 de maio de 2012

Uma semana depois

Levantar todos os dias ás 5 da manhã não é tão difícil como pensei.
Passar o dia todo em cima dos dois pés, com as pernas na vertical desde o tornozelo até à coxa, é que me rendeu umas dores valentes ao fim do primeiro dia.
Comecei a beber sumo de Mangustão de manhã e à noite e,  coincidência ou não, nos dias seguintes não houve mais dores de pernas.
Se está a ser fácil... não, não está.
Quando saí da escola, com 18 anos, comecei no sector Primário. Ainda antes de fazer os 20 já estava no sector Secundário, e antes de fazer os 21 passei para o Terciário.
Agora, 20 anos depois, voltei ao sector Secundário.
Depois de duas décadas sentadinho em cadeira giratória, o corpo ressente-se ao voltar à dureza da indústria.
Mas estou feliz.
Tenho uns vinte e poucos Km para fazer duas vezes ao dia mas... gosto de fazer a viagem. Na de regresso sou por vezes acometida de um leve ataque de sono mas nada de especial.
Este contrato tem um mês de experiência e é isso que me está a preocupar. Sair durante esse tempo por não adaptação seria não só um golpe na minha já por vezes tão baixa ou quase nula auto-estima, como também me deixaria sem emprego e sem subsidio de desemprego.
Mas eu tenho fé em mim e espero conseguir ultrapassar este mês. Se tal não acontecer como vou eu encarar as pessoas e dizer-lhes: "Ah pois, eu até estava sossegadinha em casa a ganhar um dinheirito da segurança social mas resolvi ir trabalhar. Acontece que o trabalho era um "cadito" pesado e a agora olha, o dinherito caído do céu já não há mais."
Bem, de hoje a 8 dias já vou estar mais confiante, espero eu.

domingo, 13 de maio de 2012

125 dias

Hoje é o dia nº125.
É o último. O último desta primeira serie... porque acredito que nos dias de hoje já não torno a ficar 20 anos no mesmo emprego. Para já a minha intenção é interromper o subsidio de desemprego de forma a que se prolongue por mais este tempo. Espero não me esquecer disto daqui por seis meses quando o contrato acabar.

O balanço destes 4 meses e uns dias que passei em casa é muito negativo.
Viciei-me em pão com nozes (e as nozes são caras como um raio).
Comecei a tomar comprimidos de raiz de valeriana.
Zanguei-me muitas vezes com os meus meninos e com o pai deles.
Chorei muito e desleixei-me com a casa. Se quando trabalhava não tinha tempo, agora não tinha vontade.
Amanhã será o primeiro dia da minha vida em que saio de casa primeiro que os meus filhos.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Consegui

Aos 123 dias do motivo que levou à criação deste espaço recebo o telefonema a dizer que fui seleccionada, começo na próxima Segunda-feira.
Estou feliz.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Mais um passinho

Ontem a Maia disse que Gémeos teria melhorias a nível profissional. Pensei que sou Gémeos mas não posso melhorar o que não tenho... e também não vou lá muito nessas cantigas.
Mas... coincidência ou não, umas horas mais tarde toca o telefone... entrevista para hoje.
Tanto que eu corria atrás desta entrevista. Candidatei-me três vezes por canais diferentes. E venho de lá agora. Não contei a ninguém que ia. Nem aqui em casa. Nem à minha mãe. E também não vou dizer que fui.
Chorei metade do caminho de regresso.
O teste prático que fiz não ficou perfeito mas ficou muitíssimo bom mas... se os outros candidatos conseguirem o perfeito...
A idade não interfere, responderam-me.
Não perguntei quanto tempo levam a decidir quem ficará... já foi bom não me ter esquecido da sombrinha.
Deus permite que não tenha sido a segunda e última vez que lá me desloco.
Sinto-me dormente.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Inocência de mãe ou esquecimento da idade?

Um guarda-chuva, sombrinha, chapéu de chuva... tantas forma de falar da mesma coisa.
E um miúdo que é alérgico ao transporte do mesmo independentemente do nome que se lhe chame. Que quando chove alguém vai a correr de carro esperar à porta da escola.
Está na hora de mudar isso... por um caminho de 10 minutos a pé, pela cada vez pouca disponibilidade das pessoas, pela própria independência e até mesmo pelo gasóleo.
Eram horas dele sair, os pingos de água batiam na minha janela... o carro estacionado ali ao lado.
Que mãe faz isto a um filho? Não me senti feliz.
Subi as escadas e fui ao quarto dele, abri o guarda-fato... teria a roupinha toda pronta para mudar rapidamente. Eu o ajudaria.
Pela janela vi-o chegar a correr... chegou molhado.
Ajudei-o a vestir, a calçar... dei-lhe beijinhos e pensei que é assim que os teimosos aprendem.
Mas... será inocência de mãe, ou foi o tempo que se passou desde os meus 10 anos que me fez esquecer o que eu gostava com essa idade?
Estava tão contente a contar como segurava o casaco e como a água lhe corria pelos pulsos.
E eu fiquei com mais roupa molhada em dias de chuva.
Hoje também não quis levar sombrinha, mas não choveu no caminho.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Onze dias se passam... os primeiros são de esperança, os seguintes de calma, os últimos... de abatimento e indecisão. Os próximos serão de "paranóia" até cair no esquecimento.
O que poderei fazer por mim? Passaram onze dias desde que disseram que chamariam para entrevista.
Serão muitos? Serão poucos?
Terei sido excluída à partida? Estarão ainda a decorrer as entrevistas?
Pegar no telefone para esclarecer e acalmar... nunca um telefone foi tão bicho-papão. Não sei... não se o deverei fazer.
Que me diz quem está do outro lado? Que me diz quem já o fez?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Começou por ser um petisco e...tornou-se uma necessidade.
Um dia de falta e fiquei desesperada. Será preocupante??
Já tenho 3 com três quinas... sorte a triplicar mas... o efeito não se manifesta.
Valerá a pena esforçar-me por começar a acreditar verdadeiramente?

Estou a começar a acreditar que não vale a pena... não vale a pena ... não vale a pena lutar contra moinhos de vento.
Quem me dera ser daquelas que fica bem ao ver cair na sua conta bancaria o dinheiro do subsidio e corre à pastelaria da esquina 20 vezes por dia que afinal dá bem para umas torradinhas e um cházinho ou um cafézinho.
Quem anda a batalhar por trabalhos que descontando o gasóleo das viagens fica a ganhar menos que o subsidio pode chamar-se o quê? Burro ou... Maria Maria??

sexta-feira, 13 de abril de 2012

6ª Feira 13

Olho pela janela, o ar está húmido mas a chuva parou.
O gato que vejo empoleirado no muro não é preto mas, talvez pela força da data, quando o vou fotografar a bateria da máquina termina.
Hoje, no meio das minhas nozes, apareceu outra de 3 quinas.
Ontem dei uns passinhos na direcção de um emprego. Daqueles 16 do lixo, consegui recuperar um mas... ainda faltam tantos passos... acabo de ver passar a gato preto e felpudo mas... eu não acredito no azar.
Ainda faltam tantos passos que provavelmente vou tropeçar em algum.
Sem perder a esperança e sem embarcar em sonhos... é o lema.

terça-feira, 3 de abril de 2012

16 para o lixo

Não posso afirmar que seja desleixo... pode também ser excesso de trabalho e o tempo não dá para tudo.
Em Março concorri a 18 ofertas de emprego. A maioria delas através do de um site fiável. Parecia perfeito... só tenho que confirmar a candidatura para que os serviços "encaminhem os seus dados para a entidade" e que brevemente seria contactado por eles. Isto o  que diz no ecrã enquanto faço os passos pedidos.
Agora a realidade: não mandam dados nenhuns par entidade nenhuma. Seria suposto sim terem-me enviado documentos por correio para eu própria me dirigir às entidades.
Só que em nenhum dos mais de 20 casos esses ditos documentos me chegaram às mãos.
Foi-me mostrada uma lista de ofertas respondidas por mim que tinham caducado. Era uma ecrã cheio linha a linha... Fiquei triste, desanimada... Dois deles especialmente... coisas em que eu tenho experiência ou gosto e jeito. Em mais de 15 dias não tiveram tempo de ver e enviarem-me os documentos.
Tudo caducado como se eu nunca tivesse feito nada.
Porquê? Porquê?
Raça estúpida esta os desempregados... que até parece que o mundo brinca com a nossa vida, com os nossos sentimentos...
E depois dão-nos miminhos a pensarem em tudo menos em reconhecerem a nossa não-inutilidade. São as entradas nos museus, os ginásios com plano especial para desempregados...
Eu não quero status especial... eu quero ganhar o meu dinheiro com o meu trabalho.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Que faço eu ali?

Que faço eu numa sala recheada de miúdos e miúdas, uns mais lindos outros menos, mas onde todos poderiam ter sido os meus bebés à tantos anos quanto cada um deles tem de vida?
A resposta é fácil: Diferenças à parte une-nos a mesma situação que não pretendemos que seja definitiva e a vontade de dar a volta e sair vencedor.

Então por que carga d'água é que chamam um grupo de pessoas (incluindo eu), porque reúnem os requisitos e no fim vai-se a ver um dos requisitos é ter entre 18 e 33 anos?

Afinal a empresa que no site anuncia não fazer distinção  de cor, raça, sexo, idade, religião e orientação sexual... afinal não contrata ninguém com mais de 35 anos.

Apetece-me chorar. E vou fazê-lo.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Não sei...

Um dia fui à capital de distrito... uma fábrica novinha acabada de construir e quase a abrir portas. Era disto que eu precisava.
Chego a casa, vou à net, procuro e procuro e... e nada. Nada de site, nada de informações para onde mandar Currículos. 
No Centro de Emprego dizem-me que apenas teem o contrato de fazer a formação mas... as turmas já estão cheias. Não sabem se haverá nova turma mas poderá a menina pouco simpática que me atendeu mandar o nome para a colega para o caso de haver nova turma. O meu "Pode ser, sim" e o "Já está" dela enquanto carregava numa tecla, não me deixaram minimamente convencida.

Talvez seja efeito da noz de 3 quinas religiosamente junto ao computador ou... ou o reverso do efeito sorte que supostamente daria.
Recebo um, não convite mas sim intimação (dado o teor de ameaças descritas no final da carta), para participar em "Sessão colectiva de orientação, considerada necessária ao percurso de inserção" nessa formação.

Será que é para entrar nesse Curso de Formação?
Será que é para seleccionar quem irá?

Tenho medo... medo de me encontrar  perdida no meio de jovens belos e vistosos cujo neurónios funcionam à mesma velocidade que os meus funcionavam à 20 anos atrás.
Medo que todos se tratem por tu e a mim tratem por você.
Odeio que me chamem Dona e Senhora.

terça-feira, 20 de março de 2012


Hoje, na minha ânsia de conseguir alguma coisa, inscrevi-me sem me aperceber num emprego de andar nas obras em cima de telhados.
Se em vez de ter passado os últimos 20 anos sentada a uma secretária, os tivesse passado na área da agricultura, hoje teria arcaboiço para seguir em frente... afinal foi aí que comecei para me ocupar quando terminei os estudos. Mas assim... dei um passo para trás.

E no meio das minhas nozes... daquelas que juntamente com pão encerram todos os meus dias e acalmam a minha mente... apareceu uma... de três quinas.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Verbalmente é mais dificil

Um não é sempre um não... mas a intensidade com que nos alcança varia conforme o meio pelo qual vem.
A primeira entrevista valeu-me o 1º não por telefone. E dói mais do que simplesmente não viesse qualquer resposta.
Não volto a outra entrevista sem procurar saber alguma coisa sobre o tema de trabalho do local.
Eu sei que fui com o espírito de "aquilo não serve para mim, por isso não vale a pena preparar-me minimamente".
Apareceu depois de mim, alguém que tinha conhecimentos sobre a matéria prima utilizada... p@£§ra!! Eu se lá fosse dois dias depois de ter ido também já saberia alguma coisa. Depois do burro morto, cevada ao rabo.
Ficou-me gravado na mente um comentário que refere que na próxima entrevista não repete os erros das anteriores. Será que terei mais hipóteses para corrigir?... a ver vamos.

terça-feira, 13 de março de 2012

Sozinha


Quando fiquei em casa senti-me perdida.
Depois tentei animar-me pensando que poderia agora ter alguns dias a dois da forma que nunca tive pois sempre trabalhei e ele trabalha por turnos.
Nunca tivemos fins-de-semana normais, nem feriados nem… no fundo nem os dias nem as noites são de família normal.
Mas não. Os miúdos vão para a escola, ele de manhã dorme, á tarde sai e depois de jantar tem o computador.
Nestas tardes de sol não me apetece ir a lado nenhum mas ao mesmo tempo sinto-me abandonada aqui em casa.
Tratar da casa e arrumar dá-me cá uma agastura que só eu sei. Fazer almoços que ninguém elogia dá-me vontade de chorar. Ter vontade de chorar faz-me sentir irritada e com vontade de gritar.
Valem-me as flores, o quintal, a terra e a tesoura de podar.
Ando numa de cortar tudo… é o que me dá paz. Podar, regar, mudar, plantar, semear…
E pão com nozes… pão com nozes e água. Aquece-me o coração, faz sentir mais feliz e menos só.
Nasceram duas oliveirinhas no meu quintal… uns dois centímetros cada uma… são os pássaros que trazem os caroços.
Este mês já concorri a 11 empregos.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Hoje


Ao 59º dia desta saga, fui à primeira entrevista, independentemente de haver mais ou não está será sempre a primeira.
A outra a que já fui, foi à mais de 20 anos. Estou tão diferente agora, sou tão melhor a conversar, muito menos nervosa e sem medo da pessoa que está do outro lado da secretária.
Sem grande apoio da família por ser a 40 km de casa, parei de me preocupar com a apresentação ideal e fui a desejar não ser escolhida.
Mas a estrada é boa e o caminho faz-se tão bem. Adorei o sítio, adorei as instalações, adorei o senhor que me entrevistou… saí de lá feliz com a simpatia com que fui tratada. É disto que sinto falta: de falar com novas pessoas, com pessoas desconhecidas. Tenho pena… tenho pena de não me ter preparado a nível de conhecimentos sobre o material usado na empresa… essa seria uma mais-valia na comparação dos currículos e até mesmo na net poderia ter aprendido alguma coisa. Lembrei-me disso mas… achei desnecessário.
Aí, o que eu adorava trabalhar naquele sítio… enfim… agora é tarde.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Oportunidade impedida

Não sei ... não sei se chore, se contrarie ou se compreenda. Triste já estou.
Tenho uma hipótese de trabalho... sim, uma hipótese ao fim de quase dois meses que parecem anos de longos que teem sido.
Mas... o homem cá de casa é frequentador do sítio e até presta lá serviços. "Não tem graça nenhuma eu estar lá e ires p'ra lá tu"
Não sei... nem o que pensar.
Cáca de vida. Ás vezes aqueles que com quem mais contamos são os que mais nos empurram... para baixo.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Bicho tornar-me-ei



 Saí… teve de ser. Assunto para resolver fora de casa assim o obrigaram.
Andava para o fazer desde 2ª feira mas não apetecia.
Fui ao banco, a conta ordenado… sem ordenado… enfim.
Receber o cheque do subsídio de desemprego não me trouxe alegria nem felicidade mas… tinha que ser depositado.
A ida ao Centro de Emprego para saber umas informações… passei-lhe à porta 4 vezes e não tive coragem de entrar.
A moça que me tem atendido é uma pessoa mas não gosto da forma como me trata. Talvez ela não perceba que se eu estou ali, não é por ser estúpida ou curta de ideias mas sim porque após 20 anos de serviço em que dei aquela empresa tempo de férias e tempo que tirei dos meus dois filhos, esta cáca de situação que se vive está a assassinar literalmente as pequenas e médias empresas do comércio tradicional.
Talvez ela não saiba que eu não quero receber dinheiro mas que quero ser eu a ganhá-lo.
Valeu o senhor simpático que me atendeu nos correios… porque o carteiro não supõe que eu esteja em casa e não toca à campainha. E tem razão… é inédito em 20 anos. Eu nunca estava em casa em horas de serviço.
As pessoas que na rua me sorriem (conheço tanta gente)… não me apetece que me vejam.
Sinto vontade de correr para casa, para o aconchego do meu lar desarrumado… mas que não tenho vontade de arrumar, para as minhas flores a morrer de sede… mas que não tenho vontade de regar.
Entrei no carro… deixei cair livremente a torrente de lágrimas teimosas e rumei à minha toca.
A continuar assim sinto que me tornarei um bicho… mas não tenho coragem de lutar contra.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

46 dias depois

Hoje, 46 dias meses depois do último dia no trabalho, 46 vezes 3 consultas "interneticas" diárias procurando emprego, eis que vou ao supermercado e  aí mesmo atendo um cliente como se ainda estivesse... lá no local de trabalho.
O senhor que costumava lá ir, dirigiu-se-me dizendo que o patrão (que é quem faz agora o serviço que eu fazia), não "entende muito disto".
Tenho saudades... saudades das pessoas que lá iam e que muitas vezes ficavam mais uns minutos a conversar comigo...
É incrível como por vezes na frente de uma loja se ouvem tantas histórias de vida.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

29 dias


Dias inteiros em casa dos quais ninguém compreende que não dá para tudo.
E essa a parte que mais dói...
Entre almoços para crianças e 1001 coisas em casa para arrumar... é triste que se oiça a incompreensão de alguma coisa que possa falhar.
Como se já não bastasse a minha própria auto-critica pouco favorável.

No meio do meu jardim, fustigado antes pela minha falta de tempo e agora pela minha falta de alento, o Amor de Mãe mostrou-se-me hoje tão triste...

Uns miminhos fora de época... vamos ver como evolui.
Amor de mãe sempre é forte.



segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Desafio

Um Desafio vindo da Carlota!!
É bom para desanuviar.


1 – Nome da minha música favorita.
Não tenho uma... são tantas e tão diferentes.

2 – Nome da minha sobremesa favorita.
Cericaia, arroz doce... tantas...

3 – O que me tira do sério.
 Úi... tanta coisa... uma delas é pessoas entrarem na minha casa a falar como se fossem todos surdos.

4 – Quando estou chateada…
É melhor ficar sozinha... ultimamente tenho ido para o quintal.
 
5 – Qual o animal de estimação favorito?
Gatinhos. A minha avó tinha. Quando eu for velhinha também quero.

6 – Preto ou Branco?
Depende da ocasião. Gosto de jogar xadrez e aí fico quase sempre com as pretas porque os meus meninos preferem as brancas.

7 – Maior Medo


O meu maior medo e o de vir a ter medo. O medo paralisa as atitudes e as defesas.

8  - Atitude quotidiana
Chegar á porta e olhar o Castelo.

9 – O que é perfeito?
Nada.

10 – Culpa
De não conseguir se melhor do que sou.

Sete factos aleatórios sobre mim:

  1. Gosto de observar pessoas e imaginar a história das suas vidas..
  2. Gosto de lavar roupa no tanque.
  3. Tenho máquina fotografica digital mas prefiro fotografias em papel.
  4. Gostava de ter tido um terceiro filho.
  5. Sempre pensei  em um dia adoptar uma menina de África.
  6. Gosto de telenovelas.
  7. Adoro comida com coentros.

As regras são as seguintes:
1- Colocar o link da pessoa que nos ofereceu;
2- Preencher o formulário com as perguntas;
3- Oferecer a 10 blogs e informá-los por comentário ou e-mail;
4- Partilhar 7 pensamentos aleatórios sobre nós


A 3ª regra não posso cumprir. 
Este blog é recente, não tem leitores, é chato e eu também não o divulgo muito.
Serve mais para eu poder falar sem chatear quem está à minha volta. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

15 dias

Hoje, no 15º dia, lá foi a minha pessoa sem vontade nem fé, tal prisioneiro com pulseira electrónica, fazer a primeira das apresentações quinzenais - obrigação de quem recebe subsidio de desemprego - que não contesto mas também não me orgulha.
Hoje foi dia de sentar no portal da porta a chorar e comer pão com iscas. Adoro pão e adoro iscas. Não adoro chorar com vontade.
Hoje foi dia de pegar na enxada e cavar um buraco no quintal - para descarregar aquele sentimento de raiva interior - e de seguida tapar porque não era necessário.
Hoje foi dia em que no portal do emprego não havia nada de novo.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

9 dias

Metade do meu tempo é passado a procurar oportunidades na página do net-emprego.
Tenho fé.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O 6º dia

Hoje caí mais fundo.
Contra minha vontade já não sou  contribuinte, essa raça  desgraçada da qual fiz parte metade da minha vida. Mas também não sou apenas um qualquer não-contribuinte.
Agora sinto-me também uma sanguessuga a viver à conta dos contribuintes.
Subsidio de desemprego... veio hoje o pedido deferido... sinto que caí mais embaixo.
Tenho três hipóteses: arranjar algo que fazer rapidamente, habituar-me a receber sem nada fazer para o merecer ou... perder a minha sanidade mental.
Se é que sentindo e escrevendo isto, eu ainda demonstro ter alguma.


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Agora não tenho para onde ir… dedico-me à casa.
A minha casa é o reflexo da disponibilidade de quem deixou acumular 52 dias de férias. 52 dias perdidos, agora eu sei.
Há muito que arrumar.
Ir á rua, passar pelas pessoas conhecidas (e são tantas depois de 20 anos a dar a cara numa loja), passar por elas em horários em que eu não devia estar naquele sítio deixa-me com vontade de não as ver nem ser vista. Tenho vergonha de estar desempregada.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Dói-me a alma quando subo as escadas do Centro de Emprego.
Dói mais ainda quando as desço na volta escondendo entre os demais papeis o dossier com a papelada que me deram.
Esta não sou eu... desde os 18 anos que trabalho. Agora sinto-me uma sugadora do dinheiro.
Há-de haver algo mais para mim que o subsidio de desemprego. Há-de haver...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O último caminho de regresso no final do dia de trabalho não foi regado de pingos salgados... mas a gotinhas quentes rolaram na face arrefecida pelo 9ºC das 7 da tarde, no mês de Janeiro.

Amanhã começa a batalha... perdida à partida, mas não garantidamente.